Dados gerais
Nome completo
Alex de Paula Xavier Pereira
Cronologia
1949-1972
Gênero
Masculino
Codinome
João Maria de Freitas
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Movimento estudantil | Organizações de esquerda | Partidos políticos
Assuntos: Organizações
Ação Libertadora Nacional | Partido Comunista Brasileiro | Organizações estudantis secundaristas
Biografia
Nascido no Rio de Janeiro em 9 de agosto de 1949, Alex de Paula Xavier Pereira era filho de militantes comunistas e ingressou, ainda jovem, no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Integrou a Ação Libertadora Nacional (ALN) desde a sua fundação e também atuava no movimento estudantil. Em 1970, foi para Cuba fazer treinamento de guerrilha. A foto de seu rosto apareceu em diversos cartazes distribuídos pelo país, com o título “Terroristas Procurados”. Tornou-se chefe de um Grupo Tático Armado da ALN, passou a viver na clandestinidade e respondeu, à revelia, a alguns processos na Justiça Militar. Alex de Paula foi morto sob tortura no dia 20 de janeiro de 1972, junto de seu companheiro de militância da Ação Libertadora Nacional (ALN), Gelson Reicher, por agentes do DOI-CODI do II Exército. A nota oficial fornecida pelos órgãos de segurança foi divulgada pela imprensa dois dias depois com a versão de que Alex e Gelson teriam sido mortos em confronto armado com as forças de segurança do Estado. O trabalho de desvendamento das circunstâncias que culminaram nas mortes de Alex e Gelson ganhou impulso, contraditoriamente, a partir da nota distribuída à imprensa, em que havia a informação dos codinomes que os dois militantes
utilizavam na clandestinidade. Foi com esses nomes que os agentes do Estado registraram a entrada dos corpos de Alex e Gelson no Instituto Médico Legal; Alex Xavier como “João Maria de Freitas” e Gelson Reicher como “Emiliano Sessa”. Com esses nomes falsos, enterraram os dois militantes como indigentes no Cemitério Dom Bosco, em Perus (SP). Desde a divulgação da nota oficial comunicando a morte de Alex e, sobretudo, a partir da descoberta de seus restos mortais em 1979, seus familiares questionavam o fato de que, apesar de conhecer a identidade de Alex, os órgãos de segurança o sepultaram como indigente e com nome falso, para impedir o acesso ao seu corpo. Além disso, com a abertura de documentos do DOPS/SP em 1992, foram localizadas fotos dos corpos de Alex e Gelson, demonstrando a visível presença de inúmeros hematomas e escoriações. Para avançar na elucidação das circunstâncias de morte dos militantes, a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos encaminhou a cópia das fotografias encontradas para elaboração de um laudo e parecer. O laudo, elaborado pelo doutor Nelson Massini, em 6 de março de 1996, atestou que Alex Xavier foi morto sob tortura. Em 24 de fevereiro de 2014, a CNV realizou um laudo pericial sobre a morte de Alex de Paula Xavier Pereira. As análises comparativas entre o laudo de necropsia realizado no IML de São Paulo em 1972 pelos legistas Issac Abramovitc e Abeylard de Queiroz Orsini, além do laudo produzido por Nelson Massini em 1996, revelaram incontornáveis contradições. De acordo com o laudo da CNV, as lesões a tiros no corpo de Alex Xavier eram incompatíveis com as lesões que pessoas mortas em tiroteio apresentariam. A versão que foi apresentada para a morte de Alex de Paula Xavier Pereira consistiria em mais um exemplo das farsas montadas por agentes da repressão para encobrir ações ilegais.
Ano(s) de prisão
1972
Cárceres
Nome do familiar morto e/ou desaparecido
Iuri Xavier Pereira